Neste domingo (7), as celebrações do Dia da Independência terão forte tom político em várias cidades do país. Grupos alinhados à esquerda e à direita convocaram manifestações com pautas distintas, reforçando a disputa simbólica entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os movimentos ligados ao governo federal, os atos defendem a soberania nacional, críticas ao que chamam de “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos e apoio às condenações dos acusados de tentativa de golpe. Já a oposição, mobilizada pelo movimento Reaja Brasil, presidido pelo pastor Silas Malafaia, organiza protestos pedindo anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e críticas ao Judiciário.
As manifestações acontecem em meio a um cenário político sensível. O Supremo Tribunal Federal retoma na próxima terça-feira (9) o julgamento de Bolsonaro, que pode resultar em pena de até 43 anos por tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático. O processo amplia a tensão e aumenta o peso simbólico dos atos programados.
Nas ruas, a disputa também se traduz em números. Enquanto os bolsonaristas ainda conseguem reunir multidões maiores, a esquerda tenta ampliar sua presença e ocupar mais espaços públicos. Lula aposta no discurso de defesa da democracia e da política externa independente, enquanto os apoiadores de Bolsonaro concentram suas críticas no Judiciário e mantêm a pressão pela anistia.