Foto: Agência Brasil
Uma pausa de 24 horas nas redes sociais. Esse é o convite da campanha digital “Greve das Redes”, prevista para à meia-noite desta segunda-feira (21) e propõe um blecaute voluntário nas plataformas como forma de reflexão sobre o uso excessivo, a falta de regulação e os impactos na saúde mental – especialmente de crianças e adolescentes, mas também de adultos.
Com a hashtag #blecautedasredes, a ação chama atenção para fenômenos como a perda de foco, ansiedade, o consumo compulsivo de conteúdos negativos (conhecido como doomscroll) e a chamada “mente esgotada”. “Desliga e respira”, sugerem os organizadores.
O movimento surgiu de forma orgânica, após um encontro entre a psicanalista Vera Iaconelli, colunista da Folha, e o designer e ativista Pedro Inoue, diretor criativo da Adbusters. A proposta nasceu a partir das discussões levantadas pela série “Adolescência”, da Netflix, que aborda temas como bullying digital, ódio online e suas consequências trágicas, como o caso de um adolescente que mata uma colega de escola.
A repercussão da série coincidiu com uma série de outros fatores: a recente decisão da Meta, empresa de Mark Zuckerberg, de reduzir a moderação e checagem de conteúdo no Facebook e Instagram; o lançamento do livro A Geração Ansiosa, do psicólogo Jonathan Haidt, que aponta o impacto negativo das redes na saúde mental de jovens; e uma campanha publicitária do próprio Instagram, que afirma proteger seus usuários mais jovens – o que gerou controvérsias.
Casos como o da menina Sarah Raíssa Pereira de Castro, de 8 anos, morta ao participar de um desafio viral com desodorante, também contribuíram para a urgência do debate.
A campanha propõe uma pausa, mas também um chamado à reflexão coletiva: até que ponto a sociedade está consciente dos efeitos das redes sociais e o que pode ser feito para mudar esse cenário?