Câmara aprova três projetos que alteram Lei de Zoneamento, Plano Diretor e Código de Edificações em São José dos Campos

Por Helen Camargo
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Divulgação / Flávio Pereira

A Câmara Municipal de São José dos Campos aprovou nesta quinta-feira (16) três projetos de lei enviados pelo prefeito Anderson Farias (PSD) que promovem mudanças na Lei de Zoneamento, no Plano Diretor e no Código de Edificações. As propostas seguem agora para sanção do Executivo.

Lei de Zoneamento

O projeto flexibiliza regras para loteamentos e construções residenciais, sem alterar o mapa de zoneamento da cidade. Entre as principais mudanças estão:

  • Acesso controlado em loteamentos regulares da Zona Mista 1 (ZM1) destinados a uso residencial unifamiliar;

  • Proibição de muros em áreas de proteção ambiental (ZPA1), permitindo apenas cercas e alambrados para preservar a paisagem;

  • Flexibilização de parâmetros urbanísticos para residências e comércios de baixa incomodidade em loteamentos de interesse social (ZM5);

  • Permissão de condomínios de sítios de recreio (SIR) na zona rural, conforme regulamentação específica.

A proposta foi aprovada por 18 votos a favor e 3 contrários. A vereadora Amélia Naomi (PT) criticou a medida, alertando para o risco de construções sem infraestrutura adequada.

Plano Diretor

O texto, aprovado por unanimidade (21 votos), amplia instrumentos de gestão urbana e sustentabilidade. Entre as novidades:

  • Outorga Onerosa de Alteração de Uso (OOAUS) em áreas urbanas com perda de vocação comercial, incluindo núcleos rurais com condomínios de sítios de recreio — com exceção da APA de São Francisco Xavier;

  • Expansão de 27 para 91 estratégias de sustentabilidade no cálculo do Fator de Sustentabilidade (Fs), usado como contrapartida na Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC).

Segundo o prefeito, a OODC ajuda a frear a especulação imobiliária, vinculando contrapartidas financeiras aos alvarás de construção.

Código de Edificações

O projeto cria o Atestado de Regularidade da Construção (REURB) para imóveis regularizados, amplia de 70m² para 100m² o limite máximo de área construída no programa Planta Popular e autoriza a construção de sobrados.
Também permite à Secretaria de Habitação definir parâmetros urbanísticos diferenciados para Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social (EHIS).

A proposta teve 18 votos favoráveis e 3 contrários, com críticas de parlamentares que apontaram possíveis impactos financeiros para famílias de baixa renda.

Justificativa da Prefeitura

Em nota, a Prefeitura informou que os projetos fazem ajustes pontuais para adequar a legislação urbanística às demandas atuais de moradia, ordenamento territorial e preservação ambiental. Segundo o Executivo, as medidas incentivam investimentos no setor da construção civil e facilitam a regularização fundiária para moradores de baixa renda.

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