Curupira é escolhido como símbolo oficial da COP30, que será realizada em Belém

Por Helen Camargo 11 Visualizações
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COP30

A organização da COP30 anunciou, nesta terça-feira (1º), o Curupira como o personagem símbolo da conferência climática da ONU, que será realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA). A figura do folclore brasileiro, conhecida como guardião das florestas, representa o compromisso do evento com a preservação ambiental e o protagonismo das florestas tropicais nas estratégias de combate às mudanças climáticas.

Na identidade visual do evento, o Curupira aparece como um menino com cabelos de fogo e pés virados para trás, elementos que fazem parte da tradição oral amazônica. Para a presidência da COP30, a escolha reforça a urgência de ações para redução das emissões de gases do efeito estufa e reconhece o papel das comunidades que vivem e protegem as florestas.

“Quando nos reunirmos na Amazônia brasileira em novembro, devemos ouvir atentamente a ciência mais avançada e reavaliar o papel extraordinário já desempenhado pelas florestas e pelas pessoas que as preservam e delas dependem”, afirmou André Corrêa do Lago, embaixador e presidente da COP30, em carta à comunidade internacional.

Simbolismo e origem

De origem tupi-guarani — “curumim” (menino) e “pira” (corpo) —, o Curupira é uma figura popular na cultura amazônica, responsável por proteger as matas e os animais, sobretudo contra caçadores. Os pés invertidos são usados para despistar quem tenta persegui-lo.

A primeira referência escrita ao personagem foi feita em 1560, pelo padre José de Anchieta, em uma carta escrita em São Vicente (SP). Segundo o jesuíta, os indígenas temiam o Curupira e faziam oferendas para evitar sua ira.

COP30 e o legado do Acordo de Paris

A COP30 marcará os dez anos do Acordo de Paris, firmado em 2015 com o objetivo de limitar o aquecimento global a menos de 2°C. O Brasil será o anfitrião do evento pela primeira vez, com foco especial na Amazônia como solução natural para a crise climática.

“As florestas podem nos fazer ganhar tempo na ação climática durante uma janela de oportunidade que se está fechando rapidamente”, destacou Corrêa do Lago.

 

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