Igreja Católica entra em luto e inicia processo de sucessão após morte do Papa Francisco

Por Helen Camargo 22 Visualizações
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Foto: Reprodução

A morte do Papa Francisco, confirmada pelo Vaticano na madrugada desta segunda-feira (21), deu início a um período de luto oficial de nove dias na Igreja Católica. Aos 88 anos, o pontífice faleceu após enfrentar complicações respiratórias e passar mais de um mês internado entre fevereiro e março. Fiéis em todo o mundo prestam homenagens enquanto o Vaticano organiza o funeral, que deve ocorrer entre o quarto e o sexto dia após a morte.

Nesse intervalo, o camerlengo — autoridade responsável pela administração da Santa Sé durante a vacância do papado — coordena as cerimônias fúnebres e prepara o Conclave, a assembleia de cardeais que elegerá o novo líder da Igreja.

Conclave: tradição e sigilo na escolha do novo pontífice

O Conclave é um ritual que remonta à Idade Média, conhecido por seu rigor e sigilo. Apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar, totalizando atualmente 135 eleitores, número superior ao tradicional limite de 120. Reunidos na Capela Sistina, no Vaticano, os cardeais ficam totalmente isolados do mundo exterior durante o processo, sem acesso a meios de comunicação.

A votação pode começar já no primeiro dia de Conclave, e prossegue com até quatro rodadas diárias até que um dos candidatos atinja dois terços dos votos. As cédulas são queimadas após cada rodada, e a cor da fumaça que sai da chaminé indica o resultado: preta significa que não houve decisão; branca, que um novo papa foi escolhido.

Antes do início das votações, os cardeais celebram uma missa na Basílica de São Pedro e, ao adentrarem a Capela Sistina, a ordem “extra omnes” (“todos fora”) marca o início oficial do processo.

Posse e anúncio do novo papa

Uma vez eleito, o cardeal escolhido é convidado a aceitar o posto e escolhe seu nome papal. Em seguida, veste as vestes oficiais e recebe a homenagem dos demais cardeais. O anúncio ao público é feito da sacada da Basílica de São Pedro, com a tradicional declaração “Habemus Papam” (“Temos um papa”). O novo pontífice então concede sua primeira bênção “urbi et orbi” (“à cidade e ao mundo”).

Brasil terá sete cardeais votantes

O Brasil participará ativamente do Conclave com sete cardeais eleitores: Jaime Spengler (Porto Alegre), João Braz de Aviz (Brasília), Leonardo Steiner (Manaus), Odilo Scherer (São Paulo), Orani Tempesta (Rio de Janeiro), Paulo Cezar Costa (Brasília) e Sérgio da Rocha (Salvador). O cardeal Raymundo Damasceno, por ter mais de 80 anos, não poderá votar.

Entre os nomes mais cotados para suceder Francisco estão Jean-Marc Aveline (França), Peter Erdo (Hungria), Mario Grech (Malta), Juan José Omella (Espanha), Pietro Parolin e Matteo Zuppi (Itália), Luis Antonio Tagle (Filipinas), Joseph Tobin (EUA) e Peter Turkson (Gana). A escolha deverá refletir os rumos que a Igreja pretende seguir nos próximos anos, entre correntes progressistas e conservadoras.

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