Morreu na madrugada deste domingo (20), aos 93 anos, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. O velório será realizado ainda hoje, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada.
Advogado de formação, Marin teve uma trajetória marcada por passagens tanto na política quanto no comando do futebol brasileiro. Foi vereador, deputado estadual, vice-governador e chegou a assumir o governo do Estado de São Paulo entre 1982 e 1983. No esporte, presidiu a Federação Paulista de Futebol de 1982 a 1988 e comandou a CBF de 2012 a 2015.
Durante sua gestão na CBF, o futebol brasileiro atravessou um período turbulento. Marin esteve à frente da entidade no momento em que vieram à tona denúncias de corrupção envolvendo dirigentes do futebol mundial, no escândalo que ficou conhecido como “FIFAgate”. Em maio de 2015, foi preso na Suíça em uma operação conduzida pelo FBI com apoio da Interpol. Posteriormente, foi extraditado aos Estados Unidos, onde foi julgado e condenado por corrupção, fraude bancária e lavagem de dinheiro. Em 2018, recebeu uma sentença de quatro anos de prisão.
Segundo a Justiça americana, Marin recebeu propinas milionárias em troca de contratos de direitos de transmissão de campeonatos organizados pela Conmebol e pela própria CBF. Em 2020, durante a pandemia de Covid-19, foi autorizado a cumprir o restante da pena em liberdade no Brasil, por conta da idade avançada e do risco à saúde.
Apesar das controvérsias, Marin manteve influência política e relações com nomes históricos da CBF, como Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, este último seu sucessor no comando da entidade.
Sua morte encerra um dos capítulos mais polêmicos da história recente do futebol brasileiro, marcado por escândalos que abalaram a credibilidade da principal instituição do esporte no país.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nota de pesar neste domingo (20) pela morte de José Maria Marín, ex-presidente da entidade. O dirigente faleceu em São Paulo e estava internado no hospital Sírio-Libanês. O corpo será velado ainda nesta tarde, na capital paulista.
No comunicado, a CBF destacou o período em que Marín esteve à frente do futebol brasileiro e relembrou sua trajetória como presidente da Federação Paulista de Futebol e chefe de delegação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México.
