O Ministério da Saúde começou nesta quinta-feira (9) a distribuição de 2,5 mil unidades do antídoto fomepizol para reforçar o estoque estratégico do SUS. O medicamento é usado no tratamento de intoxicações por metanol, geralmente associadas ao consumo de bebidas adulteradas.
A primeira remessa, com 1,5 mil unidades, será enviada prioritariamente para São Paulo, que concentra o maior número de casos e receberá 288 ampolas. Outros 11 estados, incluindo Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, também receberão o produto. As 1.000 ampolas restantes ficarão no estoque estratégico do Ministério.
A compra é inédita no Brasil e foi realizada por meio do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com apoio da Anvisa, apenas oito dias após o acionamento do pedido. O fomepizol é considerado raro, devido à baixa produção mundial.
Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, o medicamento é uma alternativa ao etanol farmacêutico, já disponível em todos os estados. “Apesar de termos notificações em 12 estados, todos terão à disposição tanto o etanol quanto o fomepizol”, afirmou.
O fomepizol impede que o metanol se transforme em ácido fórmico, substância tóxica que causa acidose metabólica e pode levar à cegueira ou à morte.
Até 8 de outubro, o país registrava 259 notificações de intoxicação por metanol, sendo 24 casos confirmados e 235 em investigação. As ocorrências confirmadas estão em São Paulo (20), Paraná (3) e Rio Grande do Sul (1). Foram confirmadas cinco mortes em São Paulo, e outras 11 seguem em investigação.
O Ministério reforça que o etanol farmacêutico e o fomepizol devem ser administrados apenas em ambiente hospitalar e sob prescrição médica.
