Novo medicamento para Alzheimer chega ao Brasil com promessa de retardar evolução da doença

Por Helen Camargo
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O Kisunla (donanemabe), desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, começa a ser oferecido no Brasil para pacientes em estágio inicial de Alzheimer. O tratamento foi aprovado pela Anvisa em abril deste ano e integra uma nova geração de medicamentos que atuam na eliminação de placas de beta-amiloide no cérebro – proteínas associadas ao desenvolvimento da doença.

Indicado apenas para pessoas com perda leve de memória ou demência leve, o Kisunla é aplicado por injeção intravenosa uma vez por mês, em clínicas ou hospitais. De acordo com estudos clínicos, o medicamento pode reduzir em até 35% a evolução da doença e atrasar o declínio da memória em cerca de quatro meses.

Apesar dos resultados positivos, especialistas alertam que o uso do remédio exige acompanhamento médico rigoroso. Entre os possíveis efeitos colaterais, estão complicações graves que tornam necessário realizar ressonâncias periódicas e monitoramento constante.

Neste primeiro momento, o tratamento estará disponível apenas em clínicas particulares, como o Alta Diagnósticos, em São Paulo e no Rio de Janeiro, com preço inicial de R$ 8 mil por mês. O valor inclui a medicação, o acompanhamento com neurologista e a estrutura para aplicação.

Médicos reforçam que o medicamento deve ser administrado apenas em pacientes cuidadosamente selecionados, sem predisposição genética de alto risco, e após a confirmação da presença das placas de beta-amiloide por meio de exames específicos.

A chegada do Kisunla ao país representa uma nova esperança para famílias e pacientes que convivem com o Alzheimer, mas ainda levanta debates sobre acesso, custo e segurança do tratamento.

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