São Sebastião: Policial é preso suspeito de matar amante

Por Clemente Lemes 21 Visualizações
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Um crime passional envolvendo um policial civil e uma camareira terminou em tragédia e mobilizou a população de São Sebastião, após investigação o policial é preso suspeito de matar a amante. O policial civil André Araújo Maciel, do 1º Distrito Policial de São Sebastião foi preso, nesta sexta-feira (22), suspeito de matar a mulher que seria sua amante.

Segundo a polícia, Claudeonora Cristina Henrique, 36 anos, que estava desaparecida desde o dia 28 de setembro, teve seu corpo encontrado na última quinta-feira (21) em uma ribanceira da estrada que liga a Rodovia dos Tamoios a Natividade da Serra (SP), no bairro Pouso Alto, em Caraguatatuba, a área onde o corpo foi encontrado seria conhecida como local de ‘desova’, usado por criminosos.

Claudeonora desapareceu após sair do serviço, no bairro Varadouro, era seu primeiro dia no emprego. Na ocasião, houve uma mobilização na internet a fim de localizar a moradora. Na tarde de quinta-feira, policiais militares e civis, equipe do canil da PM, bombeiros e o IML estiveram no local onde o corpo foi encontrado.

Policial é preso
Equipes encontram corpo em Natividade da Serra

Um vídeo feito por uma câmera de segurança mostrou o momento em que uma Claudeonora, que foi encontrada morta e é apontada como sendo amante de um policial civil, foi vista pela última vez entrando em um carro que pertence à Polícia Civil em São Sebastião, no Litoral Norte.

Segundo as investigações, era o o policial civil André Araújo Maciel quem dirigia o veículo no momento do registro das imagens.

Durante seu depoimento à polícia André Maciel disse que não teve contato com Claudeonora no dia 28, mas depois voltou atrás e alegou que teria deixado ela em um ponto de ônibus. A polícia também constatou contradições nos depoimentos dele a respeito do uso de um celular.

A suspeita é que o crime teria sido passional após a esposa do policial descobrir a relação extraconjugal.

Em nota a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo afirmou que:  “Além de um inquérito policial para apurar os fatos, a Corregedoria da Polícia Civil instaurou um procedimento disciplinar contra o agente, que foi encaminhado ao presídio da instituição. A Polícia Civil repudia o ato do investigador e reafirma seu compromisso de respeito às leis, proteção às pessoas e absoluto rigor com eventuais desvios de conduta”, diz trecho da nota da SSP.

O investigador preso, é policial civil com mais de 20 anos de serviços prestados á corporação, foi detido pela corregedoria e levado para a delegacia. Ele prestou novo depoimento e seria levado ao presídio da Polícia Civil onde passaria por uma audiência de custódia.

Policial é preso: faltam dados

Não há dados sobre crimes de feminicídio cometidos por agentes de segurança. Estima-se que em 90% dos casos, os crimes são executados com a própria arma da corporação. A falta de dados oficiais também revela grande parte da persistência desse tipo de crime.

Crimes de feminicídio

De janeiro a novembro do ano passado, 10 mulheres foram mortas na região em ocorrências de feminicídio.

O número é maior do que em todo o ano de 2018 (sete mortes) e o dobro dos casos registrados em 2017 (cinco).

Nos demais anos da série histórica da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), disponível no portal da transparência, também as ocorrências foram em menor número do que em 2019: duas mortes em 2016 e apenas uma, em 2015.

Ou seja, os 10 casos de 2019 –que ainda não contabilizou o mês de dezembro– rivalizam com as 15 mortes registradas na região entre 2015 e 2018. No total, até novembro de 2019, a região registra 25 casos de morte de mulheres.

PERFIL

Mulheres brancas (72%), solteiras (52%) e com o ensino médio completo (20%) compõem o perfil mais comum das vítimas de feminicídio na região entre 2015 e novembro de 2019. Quanto à escolaridade, as vítimas com o ensino fundamental completo foram 16% dos casos. Mesmo percentual das mulheres mortas registradas como pardas.

Quanto ao local do crime, 68% das mortes ocorreram na própria residência da vítima, com a via pública em seguida (16%).

Em três casos, o autor do crime se matou em seguida, e outro foi preso

As casadas foram 16% das vítimas e as mulheres em união estável, 8%.

Em quase todos os casos, a morte foi causada por conflito no relacionamento amoroso, como ciúme, rejeição ao término ou sentimento de posse.

NO ESTADO

No estado, a SSP registrou 383 homicídios de mulheres em 2019, até novembro, sendo 155 casos de feminicídio.

Na comparação com 2018, no mesmo período, os casos totais de morte de mulheres caíram 7,26% no ano passado. Em 2018, foram 413 ocorrências.

Mas os registros de feminicídio subiram 28% no mesmo período: de 121 para 155.

Não há dado sobre preso.

 

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