Senado aprovou o projeto de lei que institui uma nova forma de cobrança do pedágio no Brasil, que pode decretar o fim das cabines de pedágio, trata-se do sistema “fluxo livre”, já adotado na Europa e EUA, no qual os veículos que transitam nas rodovias, passam a pagar exclusivamente pelos Km de fato rodados, acabando com as barreiras físicas de cobrança nas rodovias, que concentram o valor da tarifa e castigam as cidades lindeiras com as rotas de fuga das praças ou cabines de pedágio.
No Vale do Paraíba, são conhecidos os reflexos negativos experimentados pelas cidades de Jacareí e Pindamonhangaba, que sofrem com as cabines de pedágio avançadas em suas portas de entrada. No caso jacareiense o impacto foi tão forte que afetou o desenvolvimento econômico de sua região oeste e saturou a capacidade de trânsito da sua principal ponte sobre o rio Paraíba. Recentemente, Natividade da Serra passou a viver esses impactos com as cabines de pedágios na rodovia Tamoios.
Sobre o projeto em tramitação, agora na Câmara dos Deputados, destaca-se a melhora na segurança viária, com o fim da contraditória formação de filas em pistas de alta velocidade, favorecendo a fluidez e o tempo das viagens. Outro ponto importante é o fim dos assaltos nas praças de pedágio, benefício claro para a segurança pública das rodovias.
A proposta prevê a instalação de aparelhos capazes de identificar os carros de forma automática, por meio da Identificação por Radiofrequência (RFID) com ou por Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR), via identificação de placas por vídeo monitoramento que será operado pelo CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito. Para os motoristas, será determinada a instalação de um identificador nos veículos.
Destaca-se o advento de uma forma mais justa de se cobrar pela terceirização do serviço público de gestão rodoviária, pois, com o pagamento proporcional ao Km rodado, o valor unitário fixado em centavos, representará a diluição do valor da tarifa e o alívio no bolso dos motoristas que moram nas cidades próximas aos pedágios.
Sorte para esse positivo projeto em tramitação, se aprovado e sancionado pelo presidente, representará um importante ganho para a mobilidade urbana e um devido passo de justiça fiscal com os já combalidos motoristas contribuintes.
Edinho Guedes é Professor Federal de Direito, Secretário de Mobilidade Urbana, pós graduado na Escola de Governo da USP e mestre em gestão pública.